Audiência na Câmara reforça ações contra endemias em Mossoró

por Amanda Santana Balbi publicado 25/04/2019 13h16, última modificação 25/04/2019 13h16
Dados sobre a situação do mosquito transmissor foram divulgados na reunião
Audiência na Câmara reforça ações contra endemias em Mossoró

Audiência pública sobre combate às arboviroses. FOTO: Edilberto Barros

A Câmara Municipal de Mossoró realizou uma audiência pública sobre prevenção e combate a arboviroses em Mossoró, na manhã desta quinta-feira (25). A iniciativa partiu do vereador professor Francisco Carlos (PP) e sintetizou conjunto de ações para reforçar o trabalho, por meio diretrizes para aperfeiçoamento da estratégia contra vetor (mosquito Aedes aegypti)

Entre elas, está o desenvolvimento de ações climáticas, culturais e socioeconômicas; focar nas pessoas, e não no mosquito; priorizar o controle biológico, e não o controle químico (fumacê); ação mais efetiva no controle de imóveis fechados; ampliar produção de pesquisas na áreas pelas Instituições de Ensino Superiores (IES).

Também envolver alunos da rede municipal de ensino (cerca de 4 mil estudantes); contratação de neuropediatra na rede municipal de Saúde para tratamento de crianças com microcefalia em decorrência do zika vírus; melhorar atuação da limpeza urbana no controle de focos do mosquito Aedes aegypti, segundo o vereador Francisco Carlos.

Participações

Representando a Secretaria Municipal de Saúde, a médica veterinária e coordenadora técnica do Centro de Controle de Zoonoses de Mossoró, Allany Medeiros, apresentou dados sobre a proliferação do mosquito na cidade e as ações desenvolvidas pela Prefeitura para combater o Aedes Aegypti.

Allany destacou o papel da população para vencer a batalha contra o mosquito. “Mapeamos todos os 30 bairros de Mossoró e fizemos um levantamento. A cada 100 imóveis em Mossoró, 6 apresentam a larva dos mosquitos. Isso é um número muito alto, então a gente reforça a importância da colaboração da população para combater o mosquito”, explicou.

Entre as ações realizadas pela Prefeitura, foram destacadas a realização de campanhas de conscientização, visita de agentes de saúde nas casas, recolhimento de pneus, limpeza de terrenos e o Disque Dengue (3315-4833), telefone que a Prefeitura disponibiliza para a população pedir orientação ou denunciar focos do mosquito.

Sobre o carro fumacê, muito cobrado pela população, Allany explicou que esse instrumento não é a principal forma de combate ao mosquito. “Não é a Prefeitura que determina o uso do carro fumacê; ela solicita ao Governo do Estado, que só disponibiliza caso veja que há necessidade, de acordo com uma série de critérios. É uma ação para ser realizada em último caso”, explicou.

Lixo

A secretária de saúde de Mossoró, Maria da Saudade Azevedo, reforçou o pedido para que a população colabore com a prevenção. “Uma grande dificuldade que encontramos é o descarte de lixo de forma inadequada em terrenos. As equipes realizam a limpeza em um dia e, no dia seguinte, o lixo é novamente descartado nos terrenos, gerando focos para o mosquito”, diz.

Maria da Saudade também agradeceu o esforço das equipes no combate ao mosquito. “Graças ao trabalho dos agentes de endemias, servidores da saúde e da colaboração das universidades, grupos de escoteiros e indivíduos abnegados, nós hoje não estamos em epidemia, mas estamos em alerta e é preciso estar sempre em alerta, porque as arboviroses matam e causam sequelas”, finalizou. 

Uern

A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, através da professora Érica Louise, também contribuiu com a palestra e apresentou trabalhos desenvolvidos dentro da universidade e que podem ser utilizados pelo Poder Público no auxílio ao combate das arboviroses. “Estas doenças afetam diretamente nossas famílias. A Uern está atenta e desenvolve pesquisas e campanhas para ajudar a população”, disse.

A audiência pública contou com a participação de representantes da vigilância civil, instituições de ensino, grupo de escoteiros e dos vereadores Francisco Carlos, Aline Couto, Ozaniel Mesquita e Rondinelli Carlos.

Para Francisco Carlos, discutir o assunto é sempre uma necessidade. “Os riscos estão sempre presentes, apesar de todos os esforços da Prefeitura, Mossoró ainda é uma área de risco para essa doença. Precisamos seguir conscientizando a população da importância de se tomar os cuidados necessários em suas casas para evitar a propagação dos mosquitos”, alerta.