Marleide Cunha defende sindicato e pede respeito aos servidores públicos
Reagindo às constantes críticas direcionadas ao Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (Sindserpum), a vereadora Marleide Cunha (PT) que já presidiu a entidade, pediu respeito. Entende a parlamentar que existe nenhum fundamento nas críticas quanto ao possível enriquecimento ilícito da entidade, lembrando que o sindicato não recebe dinheiro de nenhum ente público, e sim dos próprios associados, ou seja, o servidor.
Lamentou que as críticas tenham surgido dentro da própria Câmara Municipal, citando como seu autor o vereador Raério Araújo (PSD). “Esse vereador deveria se preocupar com o dinheiro público, esse sim, é de responsabilidade e fiscalização dos vereadores, como foi a suplementação orçamentária aprovada nesta casa, valor de R$ 183 milhões, quando o próprio Raério não leu o que votou”, sentenciou. No entendimento da vereadora, agredir o sindicato é agredir a própria democracia. Marleide acrescentou que, talvez, o vereador Raério esteja irritado com os servidores por conta da decretação da greve da categoria.
Projetos
Nesta quarta-feira, 30, chegou para apreciação da Câmara Municipal o Projeto do Executivo que trata do complemento de salários de servidores municipais. “Esse projeto só vai completar salário de servidores que ganham menos que um salário mínimo. Não existiu nenhuma conversa sobre isso. Mais de um ano do atual prefeito sem reajuste, somando-se à gestão passada. Não é reajuste, é só complemento, por exemplo, se falta só 80 reais para completar o salário mínimo, só isso que terá. E isso não é valorizar servidor”, avaliou Marleide, acrescentando que o servidores da saúde estão massacrados e por isso estão fazendo greve.
De acordo com a vereadora, o prefeito foi para as redes sociais dizer que daria até 32 por cento aos servidores de reajuste. “É mentira, coisa de mentiroso. Não existe isso desse reajuste, embora tenha gente que não gosta que eu fale assim, porém hoje nós temos em Mossoró servidor em greve, pagando para trabalhar”, reforça. A vereadora disse ainda que, diante desse quadro, pode afirmar que o serviço público em Mossoró só funciona, graças aos servidores, mesmo sem o salário digno. A parlamentar acrescenta que essa realidade não cabe na mídia, é escondida, e é por isso que ela usa o seu mandato para observar e denunciar essa situação.
Outro projeto que chegou à Casa diz respeito ao piso dos professores. Lembrou Marleide Cunha que o acordo foi fechado dia 10 de março e no dia 11 os professores aprovaram a proposta, mesmo sabendo que não era aquilo que queriam. “Fui para a assembleia e disse à categoria que neste momento não podemos fazer greve. Não por conta da proposta, e sim por conta do limite eleitoral”, reforçando que nesse período fica proibido qualquer reajuste ou negociação nesse sentido. O que existiu com essa proposta de última hora, sem prazo maior para negociar, entende a vereadora, foi um roubo no direito dos professores e professoras de Mossoró, perdendo todo retroativo até 2003, porém, através da luta da categoria, a vereadora disse que irá atrás, na hora certa, de tudo que se tem direito.
Finalizando a sua fala, a vereadora Marleide Cunha fez um registro preocupante. “Registrar que a situação desta casa chegou ao nível de agressão que as pessoas estão temendo pela minha vida. Recebo várias mensagens pedindo para ter cuidado, e eu digo às pessoas que não se preocupem que não chega a esse nível”, comentou. Marleide encerrou dizendo que é mulher, sindicalista e professora com muito orgulho e ninguém irá calar sua voz.