Palestra na Câmara alerta para câncer de colo de útero
O câncer de colo de útero matou 92 mulheres em Mossoró, entre 2006 e 2016, em registros da Liga Mossoroense de Estudos e Combate ao Câncer (LMECC). O levantamento foi divulgado em palestra sobre a doença, ministrada pela médica ginecologista Thelma Xavier, na manhã desta segunda-feira (29), no plenário da Câmara Municipal de Mossoró.
O evento foi realizado em parceria entre a Câmara Municipal de Mossoró e a LMECC, nos projetos Hora do Servidor e Por Amor à Vida. A palestra reforçou a importância de exames preventivos, como o Papanicolau como o Papanicolaou e HPV, para detecção de lesões pré-cancerosas antes que elas se transformem em tumores malignos.
“É uma forma de câncer pouco sintomático, ou seja, quando surge sintomas, já está em fase avançada. Daí, a importância de acompanhamento médico permanente para fazer a prevenção”, recomenda a ginecologista Thelma Xavier, que também apresentou, na palestra, aspectos de diagnóstico e de tratamento da doença.
Conscientização
A palestra reuniu servidores da Câmara, técnicos da Prefeitura de Mossoró, voluntários da LMECC e da Rede Feminina de Apoio aos Portadores de Câncer de Mossoró e Região. Edna Gomes de Souza, assistente social da Câmara, observa que iniciativa leva informação não só à mulher, mas aos homens. “Importante que sejamos multiplicadores”, ressalta.
Keyla Duarte, enfermeira da Associação de Apoio aos Portadores de Câncer de Mossoró e Região (AAPCMR), pediu apoio da Câmara ao cumprimento em Mossoró da Lei 12.752/12, que assegura ao paciente com câncer direito ao primeiro tratamento no SUS em até 60 dias do diagnóstico oficial, e de celeridade para aprovação do Projeto de Lei Complementar 143/18, em tramitação no Senado, para que os exames de diagnóstico de câncer sejam realizados em trinta dias.
Presente à palestra, o vereador Ozaniel Mesquita (PR) comprometeu-se com os pleitos e reiterou defesa de defesa de mais profissionais na rede municipal de Saúde, haja vista, segundo ele, carência de médicos urologistas e mastologistas, e de exames, ao justificar dificuldade de acesso, por exemplo, a mamografias pelo SUS em Mossoró.
SAIBA MAIS*
O que é?
O câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical, é causado pela infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano (HPV), transmitidos, principalmente, através de relações sexuais.
O que aumenta o risco?
Início precoce da atividade sexual e múltiplos parceiros; tabagismo (a doença está diretamente relacionada à quantidade de cigarros fumados); uso prolongado de pílulas anticoncepcionais.
Como prevenir?
Uso de preservativos (camisinha masculina ou feminina) na relação sexual para diminuir risco de contágio pelo HPV, que também pode ocorrer pelo contato com a pele da vulva, região perineal, perianal e bolsa escrotal; vacinação contra o HPV grátis em campanhas meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 ; Vacinação e a realização do exame preventivo (Papanicolau) se complementam como ações de prevenção desse tipo de câncer. Mesmo as mulheres vacinadas, quando alcançarem a idade preconizada (a partir dos 25 anos), deverão fazer o exame preventivo periodicamente, pois a vacina não protege contra todos os tipos oncogênicos do HPV.
Sinais e sintomas
O câncer do colo do útero é uma doença de desenvolvimento lento, que pode não apresentar sintomas em fase inicial. Nos casos mais avançados, pode evoluir para sangramento vaginal intermitente (que vai e volta) ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais.
Diagnóstico
Exame pélvico e história clínica: exame da vagina, colo do útero, útero, ovário e reto através de avaliação com espéculo, Papanicolau, toque vaginal e toque retal. Exame Preventivo (Papanicolau). Colposcopia – exame que permite visualizar a vagina e o colo de útero com um aparelho chamado colposcópio, capaz de detectar lesões anormais nessas regiões. Biópsia – se células anormais são detectadas no exame preventivo (Papanicolau), é necessário realizar uma biópsia, com a retirada de pequena amostra de tecido para análise no microscópio.
Tratamento
O tratamento para cada caso deve ser avaliado e orientado por um médico. Entre os tratamentos para o câncer do colo do útero estão a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia. O tipo de tratamento dependerá do estadiamento (estágio de evolução) da doença, tamanho do tumor e fatores pessoais, como idade da paciente e desejo de ter filhos. Se confirmada a presença de lesão precursora, ela poderá ser tratada a nível ambulatorial, por meio de uma eletrocirurgia.
*Fonte: Instituto Nacional de Câncer – INCA