Psiquiatra alerta para desassistência a doentes mentais graves

por Alessandro Dantas publicado 26/09/2023 12h25, última modificação 26/09/2023 12h25
Na Tribuna Popular, presidente da Associação Norte-Riograndense de Psiquiatria reivindicou melhorias para saúde mental de Mossoró
Psiquiatra alerta para desassistência a doentes mentais graves

Tribuna Popular: Alerta sobre desassistência aos doentes mentais graves (foto: Edilberto Barros/CMM)

Em pronunciamento na Câmara Municipal de Mossoró, hoje (26), o psiquiatra Ernane Pinheiro, presidente da Associação Norte-Riograndense de Psiquiatria, alertou para a situação de desassistência aos pacientes com doenças mentais graves em Mossoró. Na Tribuna Popular, o médico destacou a necessidade de união suprapartidária, para formulação de políticas públicas para esse público. 

De acordo com Ernane Pinheiro, a realidade de falta de assistência afeta, por exemplo, três mil pessoas que sofrem com esquizofrenia em Mossoró. Segundo ele, em muitas das vezes, esses pacientes graves não possuem nenhuma esperança de vida, chegando a ter vida triste e desmotivada. 

“Também falo aqui em nome dos dependentes químicos, pessoas que ficam perambulando pelas ruas, pedindo dinheiro em calçadas. São pessoas que precisam de assistência, por que são desconsideradas pela população”, declarou. 

Ações

Ainda segundo Ernane Pinheiro, tal situação afeta até o convívio familiar dessas pessoas, o que reforça a necessidade de união da classe política em prol da formulação de políticas públicas que visem diminuir o sofrimento desses pacientes. 

O médico psiquiatra elencou as principais demandas para a área de saúde mental. Segundo ele, é necessário, por exemplo, elaborar diretrizes eficientes para treinamento dos profissionais de saúde, promover melhores condições de trabalho e promover o fornecimento de insumos adequados ao tratamento individualizado de cada pessoa. 

“Essas pessoas não têm como melhorar, a não ser com o tratamento adequado. Se isso não for feito, um grande colapso psíquico está para acontecer. As nossas ruas, praças e locais de trabalhos estarão repletas de pessoas com doenças mentais graves”, alertou. 

Nesse sentido, Ernande Pinheiro sugeriu a construção de um serviço de residência terapêutica e do ambulatório de psiquiatria, onde essas pessoas sejam diretamente atendidas por médicos psiquiatras, psicólogos e assistentes sociais. Também reivindicou melhorias em unidades de saúde já existentes.

“É necessário melhorias físicas nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), nos Centro de Atenção Psicossocial (Caps), bem como ajuda as comunidades terapêuticas, que muito contribuem com a saúde mental. Temos também que fortalecer as UPAs, o Samu, e instalar mais leitos no Hospital Psiquiátrico Dr Milton Marques”, complementou.